Chego no bar. As mesmas pessoas de sempre, o segurança de cabelo pintado, os demais garçons (eu sou um deles), o pessoal da cozinha, o chefe. Todos empenhados (talvez não na mesma medida) em ajudar uns aos outros. Boas pessoas. Condicionados muitas vezes à alguma coisa que nem eles sabem o que é, o que os leva a agir de forma que não é de sua vontade, mas eles agem.
- Bom dia Campelo! – brada o segurança.
- Oi Fernando... – diz de forma sexy a menina que faz promoção de uma marca de amendoim salgado, e que desconfio que tenha uma queda por mim.
Ah sim, em tempo, Campelo sou eu, assim como Fernando. Fernando Campelo, para ser mais exato.
Respondo à todos, educadamente, quando não sou eu quem cumprimenta primeiro. Eu sou um boa praça, dentro do limite da minha paciência com as pessoas.
Vou para a cozinha, e na tentativa de aplacar minha sede, tomo um grande copo de água, de forma rápida, fazendo com que escorra um pouco pelo canto da minha boca. Tomo outro, e logo depois me sirvo de café no mesmo copo descartável, e vou para a frente do bar, me arrumar para logo receber os clientes.
-Ei Fernando! Tens bastante moeda de cinqüenta? Tô com pouca aqui!
Amanda era uma das garçonetes. Gente boa, bebia quase tanto quanto eu, e sem cair. Tinha olhos lindos, e conversava sobre tudo. E bem. Divergíamos em algumas coisas, mas nada fundamental demais para atrapalhar nossa amizade.
- Claro Amanda, pega cinco reais aqui. Se precisar de mais, pede depois.
Ter bastante dinheiro trocado é essencial para um garçom ser rápido no troco.
Nesse meio tempo, os outros garçons iam chegando. Haroldo, o cara quieto, mas totalmente surpreendente, pois sua reação perante às coisas era sempre uma incógnita. Muitos não gostavam dele por não ser muito sociável, e não ir muito de acordo com a dança vigente, mas eu gostava, talvez por esses mesmos motivos. Logo depois, chega Roberta, que era quase como Uma Thurman. Não era bonita, mas era.
Acho que o fato de ela ter uma bunda escultural e pernas ainda mais bem esculpidas ajudavam bastante.
Enfim, o bar abrira. Deve-se ter em mente que o bar de dia não era exatamente um boteco sujo. Era até freqüentado por pessoas que prestavam, mas por pessoas que não prestavam também, como pequenos empresários, que achavam que tinham o rei na barriga e que por causa deste o mundo girava em torno do umbigo. À noite a coisa mudava, mas não me interessava muito; porque não permanecia lá à noite. Não costumava beber lá. Onde se ganha o pão, não se come a carne.
Um comentário:
Orra, interessante!
Aguardando pra ver mais =D
abração guri, saudade, temos q sair quando vieres pra ca de novo. Prometo que fico em casa
hehe
mas não traga problemas pra ca! Venha para esquece-los ;)
abraço irmão, se cuida (:
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