segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Quinze

Saí um dia um pouco mais cedo do trabalho e parei em um bar no calçadão para tomar uma cerveja após um dia pesado de labuta. Sento em uma daquelas cadeiras de plástico, peço uma gelada e um oito anos e me coloco a pensar na vida.

Vejo as pessoas sempre correndo, com algo a fazer, a pagar, a comprar, a entregar, a receber, a vida de alguém pra foder (mesmo sem saber), e toda aquela corrida louca que faz a máquina da humanidade rodar e deixar todos loucos e fodidos, enquanto alguns, como Clara, aquela vadia, fugiam e deixavam os outros para trás, restando sempre a dúvida de quem está certo, se é que alguém pode estar.

Depression is a fundamental state of being
It doesn’t really matter how my day has turned out
I always end up living in this world of doubt

E enquanto todos corriam, sabe-se lá para onde, eu ficava sentado e o álcool ia aos poucos diluindo meu cérebro naquela anestesia única que só a bebida proporciona, e criava aquele mundo único e só meu, que me fazia pensar em várias coisas. Um dos maiores prazeres que pode existir, é o ato de se embebedar sozinho, e se dar ao luxo de divagar. A bebida é uma amante, e os goles são como beijos. Tem aqueles que são puro prazer, aqueles que machucam, os que servem para coroar uma alegria, ou pra afogar um puto momento de tristeza, tem também os que servem para machucar alguém, ou pior ainda, a si próprio. Tem até aqueles infames que trazem dor de cabeça no dia seguinte.

Um viva àqueles que encontram algo para a sua vida! Seja lá o que for.