terça-feira, 7 de julho de 2009

Vinte e cinco

"Adeus, cidade maldita!"

Era tudo o que eu consegui pensar enquanto engatava a primeira e logo fazia o jogo de pés para trocar a embreagem pelo acelerador. Rapidamente alcancei os 80 km/h, logo depois os 100, 120... A reta imensa da highway que se desfraldava à minha frente permitia esses arroubos velocísticos, e após sentir segurança no volante que até então me era desconhecido, liguei o rádio:

"The gypsy woman told my mother
Before I was born
I got a boy child's comin'
He's gonna be a son of a gun
"

"Há, perfeito!" Arrombar o carro tinha sido fácil, mais feliz ainda fiquei após perceber que o tanque estava cheio. Ter um belo cd de blues no som foi um brinde a mais. Como as coisas podem dar tão certo algumas vezes?

E agora? Qual seria meu destino? Ciudad del este? Buenos Aires? Seria bom talvez dar uma passada na casa da minha mãe, dar-lhe um beijo e um "não se preocupe mãezinha, estou bem..."

Olho pelo retrovisor, no banco de trás, minha gata dorme, de um jeito tão lindo e meigo, que me faz esquecer das vezes que ela quer jogar minhas roupas pela janela, ou de quando me xinga, e só me faz pensar nos bons momentos que passamos, de carinho, amor, cumplicidade. A estrada é nossa!

"Cidade maldita! Queira Deus que nunca mais precisemos voltar!"

2 comentários:

Alberto Ferreira disse...

Hehehe, nada como um blog para exorcizarmos nossos demônios.

Kindex disse...

É massa pra caralho, como disse o carinha, exorcizar com hitórias paralelas a nossa vida.

:D

Saudade pia, tudo de bom pra ti.